4 de out. de 2012

Idosos com problema de memória são acolhidos com Arte e céu azul

Idosos fragilizados pelo esquecimento causado pela Doença de Alzheimer ou por problemas relacionados ao envelhecimento são acolhidos no MuBE, Museu Brasileiro da Escultura no Projeto Faça Memórias onde a obra de arte serve de estímulo cognitivo além de estimular a socialização dessas pessoas que procuram na arte a melhora da qualidade de vida. Em um dia gostoso de primavera, a atividade aconteceu a céu aberto com a escultura da francesa Nathalie Decoster como tema da "conversa". Propor aos idosos atividades interessantes minimiza os efeitos da doença mostrando à eles e aos seus familiares e acompanhantes que o foco principal continua sendo a vida.

Não precisamos ir até Berlim....

Cultura Pinacoteca de Berlim oferece visitas guiadas a pessoas com demência
Em vez de ficarem sentadas em um canto, pessoas mentalmente desfavorecidas participam das visitas guiadas na Pinacoteca de Berlim. Um desafio, mas também um ganho para ambos os lados. "Um pouco mais alto, eu não estou ouvindo nada", diz uma senhora idosa. "Eu quero seguir adiante!", brada outra senhora cadeirante. A pedagoga do museu, Jaqueline Hoffmann-Neira, estava um pouco insegura, porque era a primeira vez que fazia uma visita guiada para pessoas com demência. Ela escolheu quadros sobre o tema "amor de mãe". Madonna com criança, de Botticelli e Rafael. Trata-se de um sentimento fundamental que todos conhecem, um tema com o qual todos podem se relacionar. E, realmente, o tema da mãe com a criança nos braços pareceu provocar recordações na maioria dos sete visitantes. Mas, quanto à pergunta sobre quem era a criança, reinou o silêncio. "Jesus", soprou a educadora do museu. "É claro, e quem mais poderia ser?", falou quase indignado um imponente senhor idoso, impecavelmente vestido. Lembranças por meio da arte Trata-se de um experimento que a Berliner Gemäldegalerie (ou Pinacoteca de Berlim) aceitou realizar. Apesar de visitas guiadas em museus para pacientes com demência ou Alzheimer já sejam comuns há muito tempo em outras cidades alemãs, isso é uma novidade na capital do país, que quer ganhar a fama de ser uma cidade acolhedora para pessoas mentalmente desfavorecidas. A iniciativa partiu de uma cidadã, Bettina Held, cuja mãe é portadora de demência. A ideia agradou imediatamente à Sociedade Alemã de Alzheimer e também aos museus públicos de Berlim, que mantêm suas portas sempre abertas. Houve treinamento para pedagogos culturais e, a partir de meados deste setembro, foram realizadas as primeiras visitas guiadas. Já há muito se sabe que a música afeta diretamente pessoas com demência, desencadeia lembranças e emoções. Mas ainda é pouco difundida a ideia de que imagens também possam funcionar como parte da memória coletiva e pessoal. Temas como "amor de mãe" e "paixão" interessam aos participantes O projeto na Pinacoteca de Berlim pretende possibilitar aos doentes mentais o acesso a uma área pela qual eles se sintam atraídos e onde possam participar da vida cultural. As visitas se concentram em alguns quadros, em que os temas são especialmente importantes. "Amor" ou "paixão" despertam lembranças e sentimentos em qualquer um, inclusive entre as pessoas com demência. Os grupos são pequenos, de forma que é possível levar em consideração as reações de cada um. Risadinhas com o cupido "Eu não aguento mais ficar sentada", chamou uma cadeirante. A cuidadora a ajudou então a se sentar direito. Situações como essa também devem ser levadas em conta durante as visitas guiadas: elas exigem um grande esforço, primeiro a viagem, então os novos espaços, muitas pessoas juntas. E, de vez em quando, alguém tem que ser acompanhado ao banheiro. Mesmo quando Jacqueline Hoffmann-Neira diz: "ok, então vamos fazer uma pausa", eventualmente, ela continua a ser seguida por uma pequena caravana. Auxiliados pelos cuidadores, que empurram, cada um, uma cadeira de rodas, chega-se lentamente à próxima sala. Ali está pendurado o Cupido, de Caravaggio. Ouvem-se risinhos, pois esse Cupido expõe sua nudez de forma provocadora. É claro que nesse caso não se trata de "amor de mãe". Um visitante perguntou então à educadora do museu: "Quando você se apaixonou pela primeira vez?". "É um toma lá, dá cá", explicou Jaquelina Hoffmann-Neira. Diferentemente de outras visitas, ela omitiu dados e detalhes histórico-artísticos. Mas foi uma grande experiência, mesmo que inicialmente ela tenha saído bastante do conceito, disse. Sentimentos, lembranças, alegria O próximo grupo de visitantes já está a postos. O conceito das visitas guiadas inclui, primeiramente, um café com biscoitos no saguão do museu, para que os visitantes conheçam a pedagoga. Este grupo tem apenas quatro participantes, duas mulheres estavam acompanhadas por filhos e netas. Margot Zähler, uma das visitantes, tem 83 anos de idade, mas diz rindo que não sabe exatamente sua idade. No entanto, ao se deparar com um pintura de paisagem holandesa, ela vai direto ao ponto. "Água", responde Zähler, confiante, à pergunta sobre o que se pode ver no horizonte. Ela aponta, gesticula, mostra-se acordada e animada. Também as outras três visitantes parecem excepcionalmente concentradas, embora pouco falem. Parte prática também faz parte de visitas guiadas Eu mostrei a elas que detalhes há no quadro", disse Birgit Bellmann, artista e pedagoga do museu. Embora durante as visitas se pretenda abordar emoções e lembranças, ela diz que o mais importante é que as participantes se divirtam. Além da observação de pinturas, Birgit Bellmann oferece também uma parte prática, em que os participantes podem pintar sua própria paisagem com diferentes técnicas, usando pincel ou espátula. Contato com a arte na prática Margot Zähler pintou um quadro com manchas azuis, uma listra oblíqua e um sol. Ela parece satisfeita. Essa parte prática, no entanto, não é bem-aceita por todos. A participante Marliese Werg, de 92 anos, é a mais velha do grupo e se mostra um pouco perdida diante da tela. As pinturas lhe agradaram, mas não lhe apraz pintar. Ela afirma que quer ir para casa, descansar. Mesmo que ela não saiba exatamente onde mora. Mas ela gostaria de vir outra vez, diz. Depois de uma hora e meia de visita, os participantes ficam, obviamente, cansados. Tais visitas devem se repetir regularmente na Pinacoteca. E a vivência da arte por pessoas portadoras de demência pode se tornar algo comum em Berlim. Autora: Andrea Kasiske (ca) Revisão: Francis França http://www.dw.de/dw/article/0,,16266002,00.html

4 de mai. de 2012

Luciano Pavarotti. 1987. La donna è mobile. Madison Square Garden. New York

Aos idosos participantes do Faça Memórias, cultural que durante a Exposição "Homenagem a Giuseppe Verdi", cantaram, assobiaram e até dançaram....agora com Pavarotti!

Livro da Vida

No Atelier de arte, idosos participantes do Faça Memórias, cultural fazem o "Livro da Vida". Cores, poesia, fotos significativas e muito mais....isso tudo faz parte de cada um e é um bom tema para a sociabilização!

Idosos visitam exposição "Homenagem a Giuseppe Verdi"

Verdi é um dos compositores mais influentes do século XIX. Suas obras são executadas com frequência em casas de ópera em todo o mundo e, transcendendo os limites do gênero, alguns de seus temas estão há muito enraizados na cultura popular. É o caso de “La donna è móbile, de Rigoletto, “Va, pensiero” (O Coro dos Escravos Hebreus), de Nabucco, “Libiamo ne’ lieti calici” (A Canção da Bebida), de La Traviata, e a “Grande Marcha”, de Aida. Embora sua obra tenha sido algumas vezes criticada por usar de modo geral a escala musical diatônica em vez da cromática e pela tendência de melodrama, as obras-primas de Verdi dominam o repertório padrão um século e meio depois de suas composições Durante visita à exposição idosos escutam as principais óperas de Verdi enquanto apreciam figurinos e desenhos do Acervo do Teatro de Ópera de Roma.

10 de fev. de 2012

Idosos visitam a exposição "Sensíveis Detalhes"


Basta prestar atenção! São nos detalhes e nas entrelinhas que a vida é escrita e resignificada dia após dia...

Rosas da Memória....e a obra de Paulo Von Poser


Te ofereço rosas, rosas de minhas memórias


Paulo ganhou um quadro de rosas de sua avó que foi parar no museu junto com as outras rosas que fez e refez durante seus 30 anos de trajetória artística. Paulo Von Poser fez parte do “Faça Memórias” através de sua exposição e de suas obras que transcenderam as memórias desses 30 anos de carreira. Foi uma visita às rosas contidas nas memórias, um pouco turvas, das senhoras e senhores que ao longo da vida souberam cultivar seus botões e que, por felicidade nossa, fazem parte desse grupo de idosos dispostos a nos entregar, como presente, suas lembranças em forma de flor.

Eu te ofereço uma rosa, mas que rosas são estas que você recebe? Que rosas são estas? Uma senhora nos fala do amor como um botão fechado, delicado que se abre no esplendor da rosa. Como é belo! No grupo, outra senhora diz que a rosa tem o poder de humanizar o ambiente, outra lhe dá o nome de paixão, e lá no fundo alguém diz que nasceu de uma rosa. Na memória, rosas plantadas, colhidas, recebidas e pintadas.

Continuamos a visita à exposição e todos idosos olhavam com atenção e ternura para cada obra ali exposta. Que poder é este da Rosa? Que poder é este da Arte? Seguimos, com o olhar atento para uma rosa no chão, feita de ferro, mas pintada de branco, que chama atenção de uma senhora por suas sombras projetadas como um desenho capaz de exalar o aroma da flor. Aroma que vai além da rosa leve que flutua em uma linha sem fim, uma rosa branca que todos tocam e sentem vibrar. Uma rosa de ferro leve e pura, que se agita e deixa de ser estática. Como é bom poder tocar nas obras e acabar com a distância e entrar na sua intimidade.

É na grande paisagem de uma São Paulo, cinza e imensa, que vimos espaços de respiros no bordado delicado da flor. São os Oasis dos lugares queridos, o tempo em que se bordava e o tempo que o trânsito nos tira. É uma imensidão em uma estampa sem fim.

Por fim, sentamos na frente do “ENCONTRO”, uma instalação feita em conjunto, pois a arte não é sozinha. A arte é plural. Cada um intitulou a seu gosto: miscelânea, fantástico, depósito arrumado, vitrine, altar, grande família, relicário. Como foi lindo!

A filha da Rosa se lembrou das coleções de pedra de sua mãe, percebeu que sozinhas não tinham muita graça, mas que juntas faziam um arranjo lindo. Alguém viu na manta de retalhos o universo micro e macro, as pequenas partículas e objetos que montam a imensidão. Acho que somos um pouco isso, uma pequena partícula em vibração; e como estávamos vibrantes com tanta arte e tanta beleza.

E já se iam 2 horas! Que delícia! Cada um recebeu uma porção de massinha colorida, para fazer, a seu modo, a sua rosa... E quantas rosas diferentes! Rosas que foram vistas, apreciadas e vividas ao longo desta exposição. Rosas que puderam ser entregues ao próprio artista para fazer parte do seu “altar”, afinal foi ele, através de sua Arte e de sua presença, que nos ofereceu a oportunidade de visitar nossas rosas na nossa memória.

“Ah, se eu fosse o pequeno príncipe, iria guardá-las em uma redoma de vidro numa tentativa de protegê-las de qualquer ameaça do esquecimento.
Que poder tem a rosa! Que poder tem a Arte!”
A você, Paulo, te oferecemos rosas! As mais lindas de nossa memória!

20 de dez. de 2011

Uma Nova Possibilidade para os Idosos de São Paulo


MuBE oferece curso gratuito para idosos com Alzheimer

As inscrições para o curso “Faça Memórias Cultural", em SP, vão até 10 de feveireiro. É uma ótima oportunidade de interação social e ajuda no tratamento da doença.

Pacientes com Alzheimer vão ganhar uma ótima oportunidade de interação social e ajuda no tratamento. O MuBE, Museu Brasileiro de Escultura, localizado em São Paulo, vai promover em 2012 o curso "Faça Memórias Cultural", cuja as inscrições foram prorrogadas até o dia 10 de fevereiro. Os cursos serão ministrados às terças-feiras, das 10h às 12h, e também as sextas-feiras das 14h às 16h. A propósito, um lanchinho esperto está incluso.

A inspiração para o programa veio de Nova York, onde o MoMA (Museu de Arte Moderna) usa parte de seu acervo num projeto com as mesmas características. Em São Paulo, além da visita às exposições, os participantes também poderão realizar trabalhos artísticos. Quem tiver interesse deve correr para se inscrever, uma vez as vagas são limitadas!

Segundo as arte-terapeutas Cristiane Pomeranz e Juliana Naso, a ideia é promover um espaço para que os idosos desenvolvam suas capacidades cognitivas e, assim, amenizar os sintomas da doença. Pessoas com pequenos déficits de memória ou que queiram apenas estimular o cérebro também serão bem recebidas.

Sobre o Faça Memórias

Desenvolvido pelas arteterapeutas Cristiane Pomeranz e Juliana Naso, em 2009, o projeto visa criar diálogos entre as obras de arte expostas e as memórias preservadas dos idosos, que encontrarão, no museu e no atelier, as condições necessárias para troca entre a arte e a vida. O programa é voltado a terceira idade, com foco na estimulação de: memória, cognição e expressividade nos mais diversos níveis, fazendo uso da obra de arte como instrumento terapêutico.

A partir de 2012 o Projeto "Faça Memórias", passará a contar com a parceria da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer), que oferecerá aos seus associados a oportunidade de frequentar as atividades.

SERVIÇO

Onde: Mube - Museu Brasileiro da Escultura, Rua Alemanha, 221, Jardim Europa, São Paulo
Inscrições: gratuitas até o dia 10 de fevereiro de 2012 nos seguintes e-mails e telefones: Cristiane Pomeranz - crispomeranz@terra.com.br (11) 9245-5607 / Juliana Naso - jujunaso@gmail.com - (11) 8369-7868
Data e horário dos cursos: terça-feira das 10h00 às 12h00 ou sexta-feira das 14h00 às 16h00

25 de nov. de 2011

TERCEIRA IDADE MAIS FELIZ!


Idosos participantes do Faça Memórias encontram, em meio as obras de arte, novas possibilidades de interação social. Nunca é tarde para que novas amizades aconteçam !
O compromisso semanal de envolver-se com a Arte e Cultura criam laços que são, semanalmente fortalecidos pelo afeto

Idosos com mentes criativas melhoram Qualidade de Vida!


Idosos que precisam ocupar a mente, trabalhar a concentração, o planejamento e melhorar a qualidade de vida encontram na Arte e na Cultura uma fonte inesgotável de motivação.
No Programa "Faça Memórias" as atividades práticas elaboradas pelas Arteterapeutas Juliana Naso e Cristiane Pomeranz oferecem a oportunidade de tornar a vida mais gratificante.

TERCEIRA IDADE, ARTE E CULTURA!


A Terceira Idade não deve alienar-se!
Através da Arte e da Cultura é possível conhecer a história e a vida de um povo que luta pela liberdade todos os dias...
Os idosos do Faça Memórias visitaram a exposição de Botero no MuBE, Museu Brasileiro da Escultura.
"Dores da Colômbia" estará em cartaz até dia 08 de janeiro
Av. Europa, 218, Jdm Europa, SP, SP

19 de nov. de 2011

Idosos participantes do Faça Memórias recebem Prof Daniel Gerbiño no MuBE



Nesta sexta, 18 de novembro tivemos a honra de receber no MuBE a visita do Prof. Daniel Gerbiño, arteterapeuta e coordenador do Congresso Internacional de Arte-Reabilitação com vasta experiência em reabilitação física e cognitiva na Argentina.
Em sua companhia, os idosos participantes do Faça Memórias,visitaram a exposição "Pois é" de Anésia Pacheco e Chaves onde tiveram a oportunidade de encontrar na obra de arte exposta o reflexo de suas próprias vidas.
Após a visita à exposição, no atelier de arte do museu, os idosos e os cuidadores foram convidados a participar de uma atividade artística elaborada pelo Prof. Daniel Gerbiño.
Mais uma vez, lembranças e desejos puderam ser elaborados, sentidos e compartilhados com o grupo.
Esperamos que este seja apenas o começo de um caminho a ser trilhado em parceria.
Ao Prof Daniel nosso MUITO OBRIGADO!

Terceira Idade mais Feliz!







Idosos participantes do Faça Memórias encontram, em meio as obras de arte, novas possibilidades de interação social. Nunca é tarde para que novas amizades aconteçam

27 de out. de 2011

III Congresso Latinoamericano de Arteterapia / IV Congresso do Mercosul de Arteterapia / I Congresso Lusobrasileiro de Arteterapia


" A Arteterapia como agente de transformação do ser."

Cristiane Pomeranz, Juliana Naso tiveram o trabalho " Vida e Arte para a Libertação Final" como tema do III Congresso Latinoamericano de Arteterapia, IV Congresso do Mercosul de Arteterapia, I Congresso Lusobrasileiro de Arteterapia apresentado em Ouro Preto entre os dias 12 e 15 de outubro de 2011.
Com importante participação de Ana Alice Francisquetti, o trabalho apresentado foi realizado com a participante Elisa, bailarina que usava Zuzima como nome artístico. Após ter um AVC, Elisa passa a ter na Arteterapia a oportunidade de reviver toda sua vida para voltar a estar em paz consigo e com a Arte.
" Este trabalho é um emocionante relato de uma vida intensamente vivida com Arte e da sincera relação entre a participante e suas arteterapeutas. Uma relação de amor, já que este sentimento só é profundo quando é exercido"

Arte tem efeito positivo em pacientes com Alzheimer


Pesquisa italiana afirmou que visita a obras de arte pode reduzir sintomas relacionados à doença, como ansiedade, apatia, irritabilidade e agressividade

Diversão e arte: pesquisa defende que observar obras de arte atenua sintomas do Alzheimer (Thinkstock)
Contemplar obras de arte produz efeitos benéficos para os pacientes com Alzheimer, de acordo com estudo realizado pelo Centro de Medicina do Envelhecimento da Universidade Católica de Roma, em conjunto com a Galeria Nacional de Arte Moderna.

A pesquisa envolveu 14 pacientes com grau leve a moderado da doença e comprovou que admirar a beleza das obras de arte pode reduzir em 20% a frequência de alguns sintomas como ansiedade, apatia, irritabilidade e a agressividade dos que sofrem da doença.

Os pacientes foram guiados pela pinacoteca, onde puderam observar detalhes das pinturas de Paolo Veronese, Domenico Morelli e Giuseppe de Nittis. Depois, foram submetidos a uma avaliação clínica e psicológica, segundo o jornal.
"Os resultados comprovam que visitar museus pode frear os primeiros sintomas da doença", explicou Roberto Bernabei, diretor do Centro de Medicina do Envelhecimento. "Levar os pacientes a locais onde se mostra a beleza é também uma maneira de comunicar ao doente que ele não está segregado e que embora sua mente vacile, pode continuar sua vida", explica Bernabei.

Menos stress — "O teste feito antes e depois da visita pela galeria evidenciou uma notável redução do nível de stress, não só em quem está mal, mas também nos acompanhantes", explicou a geriatra Rossella Liperoti que ressaltou o fato dos efeitos se prolongarem por semanas.

No entanto, não foi comprovada nenhuma influência das obras de arte no déficit cognitivo dos pacientes. Não é a primeira vez que a ciência procura demonstrar a influência positiva da arte em pessoas com algum tipo de doença. O Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma) tem um programa de visitas guiadas para incentivar a criatividade em pacientes com Alzheimer.

Números mais recentes da Associação Mundial de Alzheimer contabilizam 40 milhões de doentes e a previsão é que crescimento de 50% até 2030.

veja.abril.com.br/noticia/saude/arte-tem-efeito-positivo-em-pacientes-com-alzheimer

5 de out. de 2011

Ana Alice Francisquetti fala sobre o atelier de Arte& Inclusão e o Programa Faça Memórias.

A arte, impregnada de elementos poéticos, pode conduzir o portador de alguma necessidade especial a uma vida mais rica e de melhor qualidade.
reforçando a idéia de que toda pessoa tem uma história, hábitos de vida, rotinas, sentimentos e comportamentos que devem ser respeitados e compreendidos em sua singularidade, trabalhamos com a totalidade das capacidades da pessoa especial.
A Arte-reabilitação pode ser usada na promoção da saúde, como forma de assistência em casos de pacientes crônicos. O caráter universal da arteterapia garante que ela pode ser usada por todas as faixas etárias: crianças, adolescentes e adultos. Para as crianças arteterapia é dada como uma brincadeira, brincadeira séria porque é sério brincar, é a melhor forma de aprender e adquirir conhecimento. Nos adolescentes e adultos pode servir como um instrumento de exploração da vida.
Nosso atendimento é realizado com crianças, adolescentes e adultos, portadores de diferentes diagnósticos e com diversas condições sociais.
No programa “Arte e inclusão” são atendidos em arteterapia adultos com diversas patologias: traumatismo crânio encefálico, lesão medular, amputados, doenças neuromusculares, acidente vascular celebral (AVC), entre outras.
No programa “Faça memórias” são atendidos em arteterapia adultos com alterações da memória. É importante destacar que a metodologia utilizada no atelier terapêutico do MUBE foi inspirado no programa do Museu MOMA de Nova York, para pacientes portadores de Alzheimer.
Além do fazer artístico, outro foco de nossos programas é o enfrentamento a discriminação que aliena, e isola o chamado “deficiente”. Afinal, por que tanta discriminação, tanta negação? Perguntas que nos atormentam. O espelho de Narciso revela que a perfeição não existe. A imperfeição faz parte da vida , é a própria vida. Temos medo diante do desconhecido, do que é diferente.
Isso precisa mudar e para isso é necessária uma mobilização cultural e social. Nosso programa é uma contribuição nesta direção.
A arte favorece o individuo a manter contato consigo mesmo e com o mundo.
Mas apenas os obstáculos da vida não são suficientes para fazer surgir um processo de criação no portador de necessidades especiais. Uma intensidade afetiva ligada a diferentes emoções como alegria, tristeza , medo , revolta, ódio são necessários para a criação. O importante são as experiências do cotidiano, a necessidade de dar forma aos conteúdos internos, a cultura, o domínio das técnicas e outras tantas coisas mais...
Através desse blog queremos: compartilhar dúvidas, angústias; trocar experiências, idéias; compreender melhor questões relativas a reabilitação; inventar novos modos de vida; divulgar nossas atividades e formas de atendimento arteterapêutico.
Defendendo os interesses da Arte-reabilitação, não pretendemos afirmar ou mesmo negar que a arte “cura”, mas que alivia o sofrimento ao facilitar a realização do fazer, atenuando a inevitável imperfeição da vida.

20 de set. de 2011

Não há idade certa para se divertir!!



As alegrias da vida devem estar presentes em todas as idades!
O Tempo está apenas relacionado ao estado de espírito!
Aproveite a vida! Hoje e sempre!

Faça Memórias é tema do 7 Congresso Internacional de Arte-Reabilitação da Argentina


Organizado pelo Arteterapeuta Daniel Gerbiño, o Congresso Internacional de Arte-Reabilitação, na sua sétima edição, criou mais uma vez, a oportunidade de trocar experiências e aprendizados.

25 de ago. de 2011

Ana Alice Francisquetti no MuBE



Ana Alice Francisquetti é Artista Plástica, Gravurista, Arteterapeuta e pioneira no uso da Arteterapia na Reabilitação de pessoas com necessidades especiais. Coordenadora do setor de Arte-Reabilitação da AACD por 35 anos e escritora de diversos livros e artigos sobre o tema. Com um curriculum extenso, a luta pela Inclusão através da Arte faz parte da sua vida. Nossa parceria com ela começou quando éramos suas alunas no Instituto Sedes Sapientiae onde a conhecemos e passamos a tê-la como referência em nossas vidas.

É com muita honra que, novamente, passamos a trabalhar juntas, agora no atelier do MuBE, Museu Brasileiro da Escultura.

Nós como Arteterapeutas e nossos participantes só temos a ganhar!

Na foto, Juliana Naso, Ana Alice Francisquetti, Cristiane Pomeranz com nosso participante Arnaldo Fantinelli no atelier do Museu.

O Tempo e as Jabuticabas


'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos lizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'

O essencial faz a vida valer a pena.

Rubem Alves